where to eat | comida independente
Trouxeram-me aqui por causa do balcão, andava há uns tempos a quero procurar pela cidade quem tivesse retomado e reinventado um determinado material, o terrazzo, ou em português, a marmorite. Um material muito associado a décadas passadas, mas que tem algo de único, parece um aglomerado de restos e no entanto tem quase uma potência de obra de arte numa só peça.
Se antes o usávamos apenas para pavimentos, hoje em dia, temos uma panóplia de oportunidades para o usar. Este particularmente, e embora eu goste mais quando têm “restos” maiores, é sem dúvida espectacular. Feito à mão, com restos de vidro e pedra, o que lhe confere uma textura única e muito apetecível ao toque.
Entrar é como ser convidado a ter uma experiência num conceito diferente de mercearia, de restaurante, de bar. Vim para ver a marmoreie e acabei por querer ficar horas ali na conversa e a experimentar cada queijo, cada presunto e até cada vinho, não fosse eu daquelas chatas que não bebe. Mas com os miúdos atrás também não era o momento. Perguntei sobre tudo, dei a volta ao espaço a querer não sair dali.
Num mesmo espaço ter acesso a tudo o que pode tornar um momento de convívio num verdadeiro banquete de emoções ao paladar. Não próprios para vegans, tanto em voga e tanto “in our faces” saber que há cuidado ao fazer queijos, ao tratar de carnes frias e de que há sempre um bom vinho para acompanhar cada dentada e cada sabor. E porque não acabar o momento degustativo e levar para casa um excelente pão caseiro e uns legumes frescos e da horta ali do lado.
Que boas surpresas tem esta cidade, numa esquina quase esquecida que não tarda ganhará outra vida, mas que guarda uma experiência diferente e sem dúvida deliciosa!