baby boy three | quinze dias
chegaste há quinze dias… e parece que sempre cá estiveste.
tive a mesma sensação com os teus manos, como se a vida antes fosse uma espécie de nuvem de emoções e experiências mas que tudo de repente fez sentido e parece tão normal e tão parte de nós. não, não digo que não sei o que fiz até agora e que a vida foi uma seca até hoje e nada do que fiz foi importante, calma, não estou assim tão cheia de hormonas de maternidade que me cegam totalmente.
o que digo é que possivelmente quando chegaste eu já te conhecia, já sabia como eras e já conhecia o teu cheiro de cor. e foi tal e qual… ao contrário dos teus manos, foste posto em cima de mim assim que saíste e eu tive uma descarga de emoções que nem te digo nem te conto… chorei como se me tivessem dado o presente que eu mais queria e alguma vez quis… o que não é completamente errado… nasceste redondinho, rosinha e a cheirar tão bem.
eras exactamente o que eu pedi e imaginei fosses naquele momento em que nos vimos pela primeira vez… e já tens quinze dias. não sei se ainda pareces tão pequenino mas já cá estás há tanto tempo, ou se vice-versa, se ainda agora chegaste e pareces tão crescido.
o que é certo é que já cá estás e eu apaixonada de novo fiquei. têm razão quando dizem que o coração não aumenta, divide-se em mil pedaços para acolher todos o que queremos bem e neste momento tem mais um cantinho dedicado a mimos, roupa mini, colo e tantos beijinhos bons. sim… aviso-te pequeno Vasquinho, a mãe é muito beijoqueira, a mãe gosta de colo e de muito mimo, a mãe precisa de vocês por perto, do toque, de um abraço, de uma conversa, de saber o que fez e o que quer fazer, precisa saber o que comeu e ralha sobre o que não devia ter comido… vem por aí muita coisa, há vacinas, médicos, correrias para levar os manos, maratonas para os ir buscar, há gritos, chamadas de atenção, haverá alguma palmada, algum dedo apontado, mas mais importante haverá família, mãe, pai e manos prontos para o que der e vier. vem por aí muita coisa e nós juntos.
em quinze dias já choramos de emoção, já nos mostrámos a meio mundo, já vestimos sessenta toilletes diferentes, usamos mil fraldas, caiu um umbigo, uma noite de cólicas, banhos frenéticos como os manos, uma conjuntivite, uma nova pediatra, uma semana de dor a dar de mamar (credoooo), acho que mandei um berro ás duas da manhã por não conseguir acordar e ter-te a chorar desalmadamente, muito colo, muitos beijos, algumas dúvidas e tanto tempo livre… só agora me consegui desamarrar das dores insuportáveis que tive na recuperação da cesariana e começo calmamente a tentar voltar ás minhas mil coisas a fazer durante apenas 24h, voltei a sentar-me ao computador, ando a ver séries como se não houvesse amanhã, e andamos todos loucos por passearmos juntos não fosse esta chuva irritante aqui sempre presente… (é preciso lembrar pedir emprestado uma capa para a chuva…), quero sair, voltar aos meus brunches semanais, mostrar-te lisboa e sentir que “quase” não mudou nada.
e sim… não diria peanuts, mas ter um bebé é talvez bem mais simples do que foi levar logo com dois de uma vez, mas ao contrário do que pensam, tu não vieste sozinho, tu chegaste a uma casa com outros dois manos que embora sejam crescidos, precisam tanto ainda de nós… de mim. andamos a testar todos os limites, mesmo sabendo que a casa está mais doce. os crescido não voltaram a ser bebés, mas precisam de mais meia-hora por dia para contar tudo, precisam de mais brincadeiras dos quatro todos ao molho, enquanto tu dormes, temos que os mimar… porque no fundo têm seis anos mas são pequeninos num ano com tanta mudança. eu e tu teremos os nossos momentos, eles precisam dos deles. e eu dos meus convosco. tudo a seu tempo, tudo ao seu ritmo e de preferência com baterias recarregadas à frente de um prato de panquecas.
meu querido Vasquinho, ainda bem que chegou.
…quase a chegar
baby boy three | mala da maternidade
Já há muito tempo que não preparava uma mala de maternidade para mim, mas tenho aconselhado tantas pessoas a fazerem as suas que desta vez pensei que vamos fazer isto bem feito, sem exageros como da última vez, mas sem achar que tenho que ser minimalista porque será o último filho…
Com os manos, fiz uma mala para quinze dias mais parecia, porque com gémeos encheram-me de tanta informação que só não levei o aquecedor de biberões porque não calhou… no entanto e porque aconteceu tudo tão rápido eu estava na rua quando a tensão arterial aumentou imenso e me levou a correr para as urgências que a tal mala enorme que preparei com um mês de antecedência acabou por ficar em casa à porta, para vir ter comigo apenas 24h depois do parto pois fiquei no recobro um dia inteiro sem acesso a nada meu quase…
Desta vez lembrei-me dessa sensação de não ter nada comigo, nem o tlm tinha bateria nem dinheiro, como na altura era emigra e vivia em Moçambique só carregava o tlm quando cá vinha e calhou mesmo bem, not, não ter planeado bem o tarifário… tempos chatos esses.
Preparei esta mala há uma semana, depois mudei tudo, depois fechei-a, e voltei a trocar tudo esta 4f quando finalmente recebi uns mimos de uma tia que guarda tudo com imenso carinho para que na família não hajam bebés por vestir… e lá fui eu abrir a mala e trocar as roupas outra vez.
Vou ter este baby como os outros no Hospital São Francisco Xavier, confio no serviço, acho-o acolhedor, enfermeiras disponíveis, vista fabulosa e apesar dos sustos correu tudo bem e eles nasceram e eu vim-me embora… mission accomplished.
Com gémeos, a quantidade de mudas de roupa é um bocado exagerada e no meu caso eu fiquei 3 dias e meio no hospital, apanhei 24h de recobro, e um feriado, deixaram-me ficar e eu apesar de farta também me consegui ambientar a eles sozinha num quarto privado o que ajudou aos medos e ansiedades. Agora levo apenas 3 roupas, a primeira, a segunda e uma de saída, nos entretanto levo pijamas e bodies interiores, não sou fanática de os mudar de roupa a cada quinze minutos nem acho que seja no hospital que o tenhamos que fazer… em casa teremos todo o tempo para te embonecar meu querido. A roupa de saída é a única nova, oferecida pela avó, o resto é herdado e com imenso orgulho a começar pelos cueirinhos, lindos. Optei pelo branquinho mais simples para a primeira roupa e o que tem mais folhos e fita azul para o segundo, isto porque da outra vez reparei que as visitas vêm mais no segundo dia. O horário, graças a deus, é reduzido, não gosto de visitas na maternidade, não gosto de estar completamente fora do meu habitat, de pijama e inchada enquanto um mundo de gente me vê… uma das maravilhas do hospital público! Assim, a toillete mais chique fica para esse dia. Enquanto que a de saída é quentinha de malha que já tinha mostrado no instagram para sairmos à rua. E está decidido. Collants, botinhas e gorros não faltam, embora eu odeie collants em bebé recém-nascidos, também nunca tive um bebé de inverno, não me vou armar em esquisita.
Cada roupa no seu saquinho de pano, feito a pensar nele e nas várias opções deste tom, juntamente com o porta-documentos novinho em folha e o muda-fraldas para andar sempre connosco, com um dos tecidos que mais gosto. As bolsinhas plastificadas também são todas da lojamaisqueridadobairro com vários padrões para vários propósitos. E as fraldas e mantinha para a saída também fazem parte do conjunto que compus para o nascimento do V, como se deve. Ao escolher os mesmo tons mas não sempre o mesmo tecido faz com que o conjunto inteiro pareça mais versátil e diferente para cada produto. Tudo se conjuga, mas nada é demasiado ofuscaste. Acho o tom perfeito para o conjunto de passeio, depois mostro o conjunto de casa… fica para outro post.
A parte mais difícil é saber o que levar de produtos de higiene, já não me lembrava de metade das coisas, entre produtos para o bebé mais aqueles que temos que levar para nós, a coisa complica-se. Foi por isso que decidi pedir ajuda a quem sabe, à equipa super querida de WELL’S de Campo de Ourique, falei com a Lara, que lidera a tropa, e com a sua ajuda mais a das suas “miúdas” da loja fui super bem atendida e esclarecida. Primeiro comecei pelos produtos para mim, acrescentei ao que já tinha da Medela outros produtos como a protecção dos mamilos porque com os gémeos funcionaram lindamente e desta vez não dispenso também. Para o baby V, trouxe as fabulosas, parece, toalhas WaterWipes, mais baratas e sem químicos perfeitas para os mini babies, juntei as fraldas Libero que também dizem ser óptimas e mais em conta, chuchas Chicco porque sou fã, primeiro biberon Avent porque já tenho o aquecedor dos biberões dos manos, mais o kit de tesoura e lima etc da Avent também que não conhecia. Compressas de não tecido, compressas normais, soro em monodoses, tudo da marca Well’s que já deu mais que provas que é óptima e os produtos Mustela em tamanho viagem, creme, gel duche, muda-fraldas e perfume, para usarmos nos primeiros dias e testar na pele.
baby boy three | mé
baby boy three | baby shower and a birthday
a ideia de um baby shower nunca me passou pela cabeça até agora. não fiz dos manos e aos baby showers que fui enquanto vivi na california, em itália (que também os fazem), na bélgica e em moçambique (estes envolvem tanto versão portuguesa, como moçambicana como sul africana…) nunca gostei. sempre envolveram demasiados jogos estranhos e esta coisa das grávidas e ser mãe e tanto discurso da maternidade sempre me deixou muito pouco à vontade, talvez porque não tinha filhos e quando os tive não tive vontade nenhuma de ter um nem deixei que alguém me planeasse um… acho muito mais giro planear um chá, festa, lanche, o que for para dar a conhecer os babies ás tias, amigas e gente variada tudo no mesmo momento para que depois se possa descansar das visitas. com os manos fizemos isso, um lanche “meet the babies” coisa que já se torna mais comum também por cá… um pouco para não ser demasiado embaraçoso entre jogos de “adivinha quem é esta nesta foto de 1982” ou “quem consegue tirar e colocar uma fralda mais rápido”… dispenso. não é o meu género de todo.
mas de repente percebi que vou ter o terceiro, talvez o último, deixo o talvez para depois ninguém me acusar de nada, e percebo que coisas que fiz com eles já não fazem sentido, outras que não fiz podem fazer sentido agora… uma delas foi o modo como festejei os meus anos. todos os anos desde que voltámos para lisboa que faço um brunch para os amigos e filhos destes que também gostam de vir e eu adoro ver por perto, num sítio acolhedor e que me deixe entrar por ali a dentro, decorar e criar uma manhã calma, tranquila mas muito minha.
este ano lembrei-me, porque não juntar as duas coisas, porque não criar um brunch como sempre, num sítio que eu adore como sempre, mas que junte não só os meus anos, um bolo de aniversário mas também algo do #babyboythree ,visto estar tão presente em mim e quase quase a chegar, que porque não termos mais um momento a dois, com os amigos e talvez quem sabe nesse dia poder anunciar o nome de tão esperada criança que já esteve muito perto de ter nome de deus grego ou romano caso o pai me levasse ao desespero sem forças para lutar por algo mais neutro… e assim foi. dei duas opções, preferia a primeira ele escolheu a segunda e eu agora já só o quero ver!
estou finalmente de baixa, preciso descansar e arrumar coisas, tralhas, preparar esta casa para a chegada deste mini mano e gozar os manos mais velhos só meus durante umas semanas… faltam precisamente 5 até ás 40. não sei se lá chego mas queria que nascesse com mais de 37 pelo menos que foi com que eles nasceram e vieram tão gordinhos e bons bebés. este tem que vir assim também, espero. ando cansada e a baixa vai-me dar um pouco de tempo para nós, para mim e para o natal, ano novo e todo um doismiledezassete para preparar. assim, decidi que este fim-de-semana era o ideal para dar de presente aos meus amigos um brunch, saboroso, querido e com o Vasco a ser o centro das atenções!
decoração sempre com algum toque natalício, não fizesse eu anos bem perto do natal mas a #MINILOJA, perfeita para eventos desta dimensão forneceu o tom azul água que deu o mote a um baby shower simples e mesmo à medida para mim, sem alaridos, nem dramas, só branco, azul, preto e verde. basta muito pouco para criar um ambiente cheio de ternura. a ideia era mesmo ter uma decoração que pudesse dar para um bebé, fase em que não há bonecos nem cores demasiado fortes, e juntar o preto e branco em força para a mãe. o preto funciona lindamente em decorações de festa, principalmente nesta altura do ano, não é triste nem negativo, é uma cor perfeita para base e de onde se pode variar a partir de. o azul foi usado mesmo só nas paredes e é um tom muito leve, o tal azul água que ajuda depois nas variações da mesma cor, podendo usar mais verde, mais menta, etc.
o lanche esse também tem que combinar bem com a decoração, claro que não é decorar a mesa com comida verde nem azul ou preta, mas tentar que o que se coloca na mesa seja neutro e não folclórico destoando não só dos tons, mas do ambiente que se quer criar. o bolo da sweetcakes estava tal e qual o que eu pedi, branquinha com chocolate negro a escorrer (ai que delícia!) e com pó de suspiros por cima onde eu depois coloquei suspiros lindos miniatura em cima, suspiros esses que juntamente com os sonhos mim, perfeita dimensão de um sonho, chegaram logo cedo, entregues em mão pela tartine do chiado que merece um grande “wow” da minha parte, pois como sempre não desilude.
pão variado, croissants miniatura, empadas acabadiças de sair do forno da padaria portuguesa foram magníficos para criar um pequeno almoço tardio mas consistente para que as barriguidinhas ficassem aconchegadas. doces caseiros, queijos vários, broas de mel com “neve” do Sr. Zé cá do bairro, suspiros por todo o lado, do tamanho de um beijo, chá, sumos, águas, iogurte grego, fruta, ai que bom que estava tudo… de sobras nada, tudo comido e apreciado. foi uma manhã boa, como amigos, tias e tios e tantos amiguinhos para este nosso Vasquinho…
pode vir meu querido… aqui há muita ternura e mimo à sua espera.