baby boy three | terceiro mês

durante este terceiro mês já não me apeteceu falar mais do assunto da amamentação, as dores continuaram, a feridas não fecharam e eu pouca paciência tenho para falar sempre do mesmo… houve alguma esperança mesmo antes da páscoa, mas foi sol de pouca dura. a solução foi mesmo ocupar-me ao máximo, passear sem rumo horas a fio e tentar não pensar no assunto até ao último segundo para que o momento fosse o mais natural possível, com dores ou sem dores o importante é dar-lhe de comer e isso eu não lhe podia recusar.

mas o terceiro mês não foi de todo só isso, foi uma descoberta de coisas novas. as mãos, os manos e a gargalhada. as mãos, essas coisas gordinhas e boas de morder, metem-se na boca e sabem tão bem. o pai entra em pânico a imagina-lo a chuchar no dedo, já eu deixo-o, não pelo dedo, mas porque é bom vê-lo descobrir o corpo e as mãos são mesmo de se morder. quando for mais preciso e chegar ao dedo talvez o pare… até lá, deixem-no. a descoberta dos manos foi aos poucos, de repente já não mama tranquilo porque os procura, já não quer ficar sozinho no tapete e espreguiçadeira porque os procura, se os ouve, pára e se os vê pisca os olhos qual cachorrinho que percebe que vai à rua!

e para mim o melhor é mesmo o rir sem parar, a gargalhada silenciosa e o espernear quando ri muito como se todos corpo fizesse o som que fará não tarda e nos vai derreter o coração. sempre bem disposto, com os seus momentos mais chatos e menos tranquilos é um bebé bom, amigo dos sonhos e das noites, amigo dos passeios intermináveis no sling com o pai, amigo das idas e vindas da escola, e muito amigo da mãe com quem conversar incessantemente.

recomeçar passado seis anos a tratar de um bebé tem sido uma descoberta, nem sempre fácil nem simples, claramente não é tudo novo, apesar de tudo manusear um bebé não é agora tão assustador como foi manusear os gémeos mais pequeninos e tão estranho para ambos. agora, é tudo novo simplesmente porque o V é bastante diferente dos manos e agora é tudo diferente na nossa vida. tenho tempo para ele como nunca tive para nenhum dos manos individualmente. lembro-me que quando um dos manos acordava já com 6 meses depois da sesta, eu “raptava-o” para o jardim e dizia apenas à babá “leve-me o outro ao jardim quando acordar” porque queria muito gozar um sozinho, independentemente de qual era, era importante que me tivesse só para ele. agora o V é outra coisa, tem-me só para ele todo o dia, e somos uma mini equipa de tarefas domésticas e trabalho. a alcofa passou a ser uma continuação da minha mesa de trabalho e eu sento-me com uma mão no teclado  e a outra nas bochechas mais fofas de sempre, a meter a chucha, a fazer festinhas e a embalar. tudo se pode fazer apenas com uma mão e se assim não fosse não conseguiria trabalhar durante esta “licença”.

o que é certo é que tem sido muito bom ver este pequeno ser crescer, rir, falar e aos poucos brincar. faz as delícias de todos e é sem dúvida lindo, fofo, muito querido e social. dorme bem, come bem… não me posso queixar de todo. tem os seus momentos mas até agora houve sempre razão para os choros, para as irrequietações, para os horários curtos e para precisar de colo e enquanto assim for melhor. as comparações com os manos este mês não as há, parece-me tudo bastante igual e dito isto bastante normal. o V é maior de tamanho, ás vezes apetece-me pô-lo sentado e lembro-me que não tem 6 meses mas sim 3 e será esta a maior diferença com os manos, é maior, mais pesado e não tão frágil como eles eram nesta altura. mas todos com três meses começaram a meter as pernas ao léu, o calor chegou e apesar de estarem em hemisférios diferentes, ver bebés com roupas frescas é sempre muito bom.